FUTURAMENTE VOCÊ PODERÁ ADQUIRIR ESTES POEMAS DECLAMADOS EM UM LINDO CD INTERATIVO...

Quem Sois? (poema do dia 1)

Quem sois vóis?
Que adentra neste sonho mateiro
Cheirado a orvalho
Banhado de sono
Com os pés lameados do passado recavado?
Que se atreve a apaternar-se dos meus corriqueiros pensamentos
E sem um pingo de briu! quer ditar as regras neste mundo de esmerados pecados...
Sois o frio da espinha
O fino do fino dos medos
A mentira mal contada que convence e atribula.
O conselho que entedia
O remédio e a bula...
Tudo junto, assim como arroba ponto e tal...
Como um conjunto de alucinações na cabeça pensante deste matuto brejeiro.
Eu Acho que sois...
Sois a rosa depetalada pelo vento do destino
Que sopra em cruviana como o sereno que aplaina
Que rega a suave grama como um carinho e um afago
Sois a doçura do bágo,o mel do mais doce fel
Sois o inferno ou o céu
No leu dos meus pensamentos mais fúnebres.
É.. eu acho que sois.
Sois a atriz , que em coadjuventemente apoderou-se da cena
E apossou-se do palco. Assim como a terra seca se apodera da semente
Sois gosto de beijo quente incendiantemente apimentado
Com lindas dedos de moça
Porcelanato de rico
sois rica de pena e bico
A mais perfeita das louças
A escrever tua historia.
Historia de antigos carnavais,de tempos e épocas
Gravadas a ferro quente no frio de um inverno passado
Sois o presente encravado nas tábuas do coração
Sois motivos ,sois desculpas,
Sois a razão e a culpa.
De fato eu acho que sois.
A musa desmatelada que martela que azucrina
Mas que ensina com a sina
E escreve sua própria vida
Nas linhas mais descumpridas.
Sois margaridas,sois rosas
Em forma de verso e prosa.
Sois a canela forgosa
A exalar seu odor num misto de cheiro e sangue.
Podendo ser um e dois.
Ao mesmo tempo.
É exatamente o que sois.
E eu?
Eu, fico aqui a matutar nestes versos sem rimas,
A tentar entender de forma limitadamente acanhadada
A grandeza deste principio indiscreto, ousado e meio aloucado
Que te concede esses direitos sem constituição nem regras...
Neste mundo por regras censurado...
A POESIA .
O.B. 20 de março de 2010
ODE À LOUCURA

É ; CUIDADO AMIGO VELHO
EXISTE UM BARRANCO NA CURVA A SEGUIR...
COM ESPINHOS PRANTOS E OUTROS TANTOS
MEDIDADA RECALCADA,BALANÇADA E SACUDIDA
DUAS VEZES MAIS MEDIDA.
SÃO OLHARES DO ENCANTO QUE DESPERTA MUITOS PRANTOS
ESBOÇADOS PELO VENTO E ESCULPIDO PELA LOUCURA DOS SONHOS...
EM PASSOS MEDROSAMENTE ALARGADOS,SEGUE-SE A MORAL DA HISTÓRIA
NESTA PIADA SEM GRAÇA DE “DÁ O PÉ AI MEU LOURO!”
AH!!! SE O RISO SE TORNA EM PRANTO
A LOUCURA EM AMARGO FEL
QUE SERÁ DA CRIAÇÃO DIANTE DA FRUSTRAÇÃO
ONDE NÃO TEM-SE O DEUS PAI,REZA-SE A QUALQUER SANTO
RESTA SABER SE POR DESENCANTO DA SINA
ALGUMA VOZ SERÁ OUVIDA.
IH ! AMIGO VELHO , VOCÊ QUE NÃO SE SEPARA DE MIM
NEM POR DECRETO DO PAPA NEM MESMO COM A CARA A TAPAS
COMO SERÁ QUE SERÁ ?
O FINO DO FINO ZELO, QUANDO O CRISTAL SE QUEBRAR?
SERÁ COMO FOLHA AO VENTO, DE DÉCADENCIA DECADADA.
UMA DECADA E MAIS TRES CADA UM INDO DE VEZ
A I ... AH E AI???
BOM AI O MUNDO DESFINHA COMO O FARELO NO VENTO
E ENTRA DE VIDA A DENTRO...
FAZENDO ESTRAGO ESTRAGANTE,NESTA VIDA IGNORANTE
E NUNCA MAIS COMO ANTES
AI FAZ-SE MAL A VIDA
QUE NÃO PODE SER VIVIDA,POR MERA REGRAS E LIDAS...
E AÍ AMIGO VELHO É SÓ ESTRADA , SOL, POEIRA E MAIS NADA.
NA VELHA ALMA ENCRAVADA.
O.B.
SOU QUEM SOU.

...SOU LENÇO BRANCO DA PARTIDA
SOU GOTA DA LAGRIMA PERDIDA
SOU O SONHO ESQUECIDO AO ACASO
SOU CRESCENTE ,SOU MINGUANTE,FRIO E RASO
SOU O MASTRO QUE JÁ NÃO É MAIS VISTO
SOU O RASTRO DO PÉ NO QUENTE ASFALTO
SOU A PERDA CHORADA DA MENINA
SOU O CASO O OCASO SOU A SINA
SOU O TUDO DO NADA REVIVIDO
SOU O LUCRO DO SONHO ESQUECIDO
SOU FIO AFIADO DA NAVALHA
SOU O SANGUE ESCORRIDO DA COLINA
SOU O RAIO DA FLAMULA AO FIM DO TUNEL
E A CALDA DA ESTRELA QUE SE FOI
SOU O EU DE VOCÊ EU SOU NÓS DOIS
O NINGUEM QUE POR NINGUEM SERÁ LEMBRADO
O PROJETO DO PRESENTE NO PASSADO
A MENTIRA VERDADEIRA QUE AQUECE
O REAL DA HISTORIA QUE SE ESQUECE
SOU O GRITO O XINGAMENTO SOU A PRECE
SOU QUEM SOU E ATÉ O QUE NÃO SOU
SOU O VENTO DISTANTE QUE PASSOU
O AGORA O DEPOIS E ATÉ O ANTES
O PENSAR DA VERDADE SOU NÓS DOIS...
SOU O SONHO NA LINHA O HORIZONTE
DESENHADO POR MÃOS MAIS ENCRESPADAS
SOU CORTE RUDE DA ENXADA NA UNHA DOLORIDA DA MULHER
SOU O CONCAVO O CONVEXO O RECONVEXO
SOU O GOZO A BROCHADA SOU O SEXO
A VIRADA DE OLHO DA AMADA
NA VERDADE DO TUDO SOU...
... O NADA
A MORTE.
A morte é pente de ferro penteando o cabelo da história...
É como o caco da louça no centro de uma ferida
Quanto mais jorra mas dói ,quanto mais dói mas mais cortante fica .
com fincos pontiagudos e nos leva quase tudo.
O mal irremediável que todo ser se encontra.
É o débito é a conta,é o principio do começo e o único meio sem fins.
É balbuciar do recado no ouvido dos deslises
Ferida que nunca fecha sem cicatrizes sem marcas
É como corrida as pressas,sem recado e sem avisos.
A morte por certo é isso.
É o desconsolo dos ricos e o descanso dos desvalidos.
O sonho em longa-metragem é o medo e a coragem
É noite fria de inverno , a fuga certa do inferno.
De pesadelos reais desde mero mundo dos mortais...
A morte é muito mais.
É o olho que se abre ao fechar do pestanado
É como fio afiado que corta sem piedade
A gloria da vaidade a sensatez censurada
Com tarjas brancas em baixo.
Escrita com gelo frio, em lápides de ouro bruto
Na pedra do descaminho.
A morte é ser sozinho que ao encontra-lo se chora
É a dor que apavora sem sentir dor de verdade
Fruto da insanidade dos tropeços do caminho.
O realismo do mais arrealizado abstrato...
De fato a morte é um fato.
O inegável destino de todos nós os mortais
Que a vida vem e nos traz.
O.B 26-04-10

Voa Livre Sabiá...
Hoje me detive nas lembranças num silencio,
Viajei no algóz e frio tempo,
Debruçado bem no ombro da saudade.
E num breve e abrupto retrocesso
Deparei-me na infinita dor debalde.
Meu olhar no horizonte se perdia
Como o fio de esperança que se esvai
Quando vem o por do sol roubando o dia
Solucei ao ver o sol cobrindo os montes,
E seus raios a cortar os arvoredos.
Entre as folhas da mangueira esquecida
Onde outrora escutava o passaredo.
Perecendo que foi ontem,ouvi seu pinho
Dedilhado ao cair do sol poente
Olhos fitos seu olhar sobre o caminho.
Na campina eu senti o mesmo cheiro
Das noitadas de setembro a luz da lua.
E ouvindo o cantar de um sabiá
Eu pensei até que fosse a voz sua.
Levantei-me apressado passos largos
Olhos rasos eu entrei passado a dentro
Cada passo era recado em sintonia
Ecoando rumo ao céu enluarado
No meu peito a saudade e um lamento.
Recordei-me a infância tão distante
Quando ainda um menino e sem noção.
Seu olhar vigilante me seguia
Quando pelas malhadas eu corria.
Delirando pude ver um por do sol
E o cantar de um solitário curió.
T’é parece que naquela hora eu via...
Sua prole rodeada a sua volta
E a viola paciente companheira
Repicando mais um verso triste verso
Retratando sua vida corriqueira
Recordei o alvorecer fogão de lenha
Café quente escoando na chaleira
Um radinho ecoando um som caipira
Seu jaleque pendurado a cabeceira
Parecia que o tempo me trazia
O passado de presente nesta hora
Embalei-me na saudade tão sagaz
Velhos tempos que não voltarão jamais
Ao erguer os olhos vi seu torno
Seu chapéu de boiadeiro pendurado
Seu facão ainda ali empoeirado
Exalando o odor do antigo dono
Eu confesso certas coisas,
Aperta o peito,
Abre a chaga, fere a alma rouba o sono.
Eu queria expressar neste poema
Cada uma sensação que eu senti
Mas bem sei que nada disso vale a pena
E por isso , só por isso eu escrevi.
Vai. Vai enfim de mim saudade!
Pois eu sei que nunca mais irá se ouvi:
“com vocês!!!! Sabiá laranjeiras!!!!
E o ressoar da vaqueirama a te aplaudir.
Silenciaram o cantar do sabiá
Bateu asas passarinho do sertão
Seu sorriso,seu cantar e suas dores
Nunca mais se ouvirá por este chão.
E o menino estripulento “ badogueiro”
Que silenciou a voz do Sabiá
Certamente chorará em outro canto
Com saudades de ouvir o seu cantar.
Só me resta te aplaudir mais uma vez
E dizer o que gostavas de ouvir
Tua voz será ouvida noutros palcos
Lá no alto muito distante daqui
Tua gaiola se abriu...
...voa sereno,nunca mais se verá ela trancada
É verdade que o tempo foi pequeno
E aqui ficamos nós....
...eu , eles, a saudade as lembranças e teu pinho
Esperando no inicio do caminho
Nós ainda neste palco ficaremos
Esperando o espetáculo terminar
Remoendo cá no peito uma saudade
Ate quando a cortina se fechar.
Certamente deixarei também saudades
Que em poema deixarei pra alguém cantar.
Por enquanto só me resta lamentar.
HOMENAGEM PÓSTUMA AO POETA SABIÁ LARANJEIRAS
O.B.
O SUSSURRAR...

Ai vem o vento.
Sussurrando aos meus ouvidos os seus ousados cochichos.
Trazendo no seu embornar
Os meus deslizes mais tontos
De contos e outros tantos
E os meus ledos desencantos.
Sua voz,é como poema antigo declamado e suprimido
Numa voz quase calada.
Que se o cabra não se atenta,não entende quase nada
E é cochichos... e é fuxicos num tropeçar de palavras jogadas.
Passa pra dentro menino que o sol vai te molestar!
Traz o milho das galinha ...
É... quem te ver quem te verá...
Esse minino é panhado! Num disse? Era só tu dar a mão que ele já quer o braço!
Foi venda de dedinho. Alecrim tem que ter cheiro...
Tange as oveia do terrero que presepada do cão!
Voute o preguiça da injura num paga nem o pirão!
E é sussurro é espiação...
Abana o fogo pra mim ...
Só falta o café cuar...
É a sina do vivente...
Mexeu apois vai casar!!!!
Passa o pano sua tola...
Vê só eu achei um nim com 4 ovim de rola...
Painho!? Foi pra vaquejada!
Ora apois vê se num é aquela quenga safada?
E segue na cruviana os cochichos e as lembranças...
Passa essa faca pra mim ...
Rapaz! Qui jogo ruim foi aquele.
Se ele mijou na sandáia ,mijou no que era dele!
Descasca esse alho moço!
rum! Da fruta que ela gosta eu chupo até o caroço...
Esse minino é duente. Já parou pra preciar como ele oia pra gente?
Dou dez conto na camisa...
Era so constipação.
Vai num pé e volte noutro... eTraz dois conto pão!
Ochente ta com oi na bunda? Num vê que o prumo intortou?
Malacopamnhado assim eu prefiro é andar só.....
Agora foi que lascou,num é que faltou a Luiz!!
...e vai o vento
Levando as doces lembranças,as sem gosto e amargas
Num amaranhado de palavras.
Assim é que vou vivendo...
Remoendo cá no peito cada frase recordada.
Sei que um dia só restará o sinal
Poeira num pé de vento,desembestada na estrada.
E ai ouvirei mais um sussurro...
O.B. 27-04-10
O ARTISTA:

O artista é assim; sem medos ou "escrupulos"
vive da arte e da utopia de seus sonhos.
não há limites para se entender a arte.
ela simplesmente é a arte e isto basta.
o artista, é um verdadeiro e nato intérprete dos sentimentos.
não se atem a segredos,não se prende ao sistema.
O artista? o artista é pomba solta
"cavalo brabo sem rédeas" num "mundo véi sem porteiras"
sua fé? ultrapassa os limites da consciência
e não se vende por nada.
a carência não lhe faz pobre nem fartura mais nobre.
o artista não preocupa com os pensamentos alheios
nem que sejam a seu respeito.
tem mil e umas facetas,e um sem par de caretas.
censura não lhe atinge.
a crítica só lhe evolue.
o mal transforma-se em bem no caminho
pela grandeza do seu sonhar.
traz a existência o tudo
mesmo que seja do nada.
evolue na velocidade da luz
inovar é a sua maior qualidade
e é neste espírito que cresce
e seu crescer transforma em grandeza
tudo mesmo a sua volta.
é um rei sem realeza
um semi deus do seu mundo
na imagem mais perfeita dos atributos de Deus
esboça traços de vida
mesmo de frente com a morte
é dono da propria sorte
sabe e conhece o destino
e escolhe cada palmo caminho
isto é o artista
isto é a vida
only biliever
e porisso só porisso
que eu ,mais que LIVRE
hoje me sinto...
O.B. 30 .04 .10