sábado, 8 de maio de 2010

Poemas e Sonetos III



Monólogo pra mim mesmo.

To aqui uma lembrança remoendo
Mais um pouco e me vejo lá na tela
Velas brancas flamejantes rumo ao norte
E um lenço expressando sentimentos
São saudades que surgem ao léu dos ventos
São pisadas com cravos que maltratam
Como a cama do martírio de um faquir
Como o sonho que se finge não dormir
Profecias do ontem pra amanhã
Que se ver como papel esfumaçado
Seus detalhes são vales desolados
Com um velho gavião a peneirar...
Cá embaixo serei a sua presa.
Um segundo e a hora vai chegar.
Quem me dera que eu fosse como as águias
Voaria e sumia sem parada
Sem retorno
Sem olhares
Sem meus medos
E contaria o regresso em poesias
Em trovinhas ou sonetos
Balbuciando alguma frase copiada
Tipo essas que a gente nunca esquece
E escreveria um roteiro a cada caso
Sem mocinho , sem mocinha nem bandidos
Assinava tipo um rude com o dedo
Chegaria eu ao ápice da loucura?
Juraria outra vez “ó pátria amada?”
Eu não sei , eu só que eu daria
Por mil léguas o meu reino e mais nada
Como o riso encabulado e bem distante
Escreveria em pedra fria com o dedo
Uma história ou um conto de segredos
E eternizava estes medos em piadas
Anedotas ao um rei que não se ri
Pelo fato de ser todo tristeza...
e por que essa cara de espanto?
Outra história se passa em outro canto
Como canto “chichilado dos pardais”
Dedilhado ao som do mero bico
E daí ? Quando eu for serei saudades
O mais nobre e perfeito sentimento
E por fim falaria como Cora:
“Nulla res Natta..”
Certamente seria a frase exata
neste filme
Sem começo , meio ou fim...
Num monólogo que falo só pra mim
O.B. 08.05.10

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